Que tal um mate? #10- Os guias alimentares em debate no Dia Mundial da Alimentação - a podcast by ASSSAN Círculo de Referência

from 2020-10-19T15:20:55

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Para celebrar o Dia Mundial da Alimentação, que ocorreu em 16 de outubro, o podcast "Que tal um mate?" convidou duas estudiosas do tema para discutir o papel dos guias alimentares na saúde dos cidadãos dos diversos países latino-americanos, em especial no Brasil.


O Guia Alimentar para a População Brasileira é resultado da Política Nacional de Alimentação e Nutrição e responde à Estratégia Global para a Promoção da Alimentação Saudável, coordenada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A recomendação da OMS é que os governos formulem e atualizem, periodicamente, as diretrizes nacionais sobre alimentação e nutrição, levando em conta as mudanças nos hábitos alimentares e nas condições de saúde da população, bem como o progresso no conhecimento científico.


Recentemente, o debate sobre o guia alimentar da população brasileira se tornou indispensável e vital, depois que o governo federal manifestou a intenção de realizar mudanças na classificação dos alimentos da publicação de 2006, que teve uma segunda edição em 2014. A discussão sobre o guia foi iniciada em setembro, a partir de uma nota técnica criada pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e destinada ao Ministério da Saúde, sem a devida participação da comunidade.


Para a professora Gabriela Coelho de Souza, que apresentou o décimo episódio do podcast, a discussão do papel dos guias alimentares na saúde da população merece destaque no dia mundial da alimentação. Em um contexto onde se agravam os indicadores de insegurança alimentar, nos países da América Latina, os guias cumprem a função dos governos em estabelecer as diretrizes para orientar o consumo alimentar da população, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde.


A nutricionista e doutora em Educação, Érika Marafon Rodrigues Ciacchi, disse que os guias funcionam como um material de comunicação e educação para promover saúde e fazer pensar. "Eles devem se articular com os aspectos sociais, culturais, econômicos, psicológicos e emocionais de cada pessoa e de cada grupo. E essas mensagens orientam moderação no consumo de gordura, na maioria das vezes, evitando as saturadas, incentivando a redução de sal, de açúcares e encorajando o consumo de alimentos variados. E trazendo a ênfase no consumo de frutas, verduras, legumes, água e atividade física", explicou. Érika também é professora na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) e coordenadora do Centro-Latino Americano de Ciência e Tecnologia em Soberania, Segurança e Educação Alimentar e Nutricional na região Sul (CeLASSAN).


Já a professora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Fabiana Thomé da Cruz, questionou a quem interessa a ampla revisão do Guia Alimentar para a População Brasileira. "A gente tem que considerar a pressão de grande indústrias de alimentos, que são contrárias à proposta do guia, especialmente porque o guia faz essa crítica mais contundente à categoria dos alimentos ultra processados", ressaltou observando a existência de uma série de estudos e pesquisas que demonstram claramente a associação entre o consumo desse tipo de alimento a doenças crônicas não transmissíveis. Fabiana é Engenheira de Alimentos, doutora e pós-doutora em Desenvolvimento Rural e atualmente tem se dedicado, entre outros temas, à pesquisas sobre Soberania  e Segurança Alimentar e Nutricional.


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Silvana Granja


Jornalista (DRT/RS 10.732)

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