#28: COVID-19: 100 MIL MORTOS - a podcast by POR UMA VIDA MENOS ORDINÁRIA

from 2020-08-13T08:00

:: ::

É claro que estamos vivendo dias, semanas, meses muito tristes. Quase desoladores. São muitas mortes, mais de 101 mil até o momento. Muita família carente de casa decente, de alimentação ideal, de assistência básica, de direitos fundamentais, constitucionais respeitados, de uma renda mínima para chamar de sua e que nesse 2020 vive mais um drama que é a perda de seus entes por causa da covid-19. Antes que o revisor de texto alheio com viés bolsonarista grite, reconheço que o auxílio pago a quase 60 milhões de brasileiros mudou momentaneamente o gráfico da miséria no país e, também, sei que não são só os pobres que estão morrendo (mas com certeza são os mais pobres o maior percentual dessas 101 mil pessoas). Para os mais de 200 milhões de brasileiros falta segurança, falta a expectativa de um futuro melhor. E para uma significativa parte desses mais de 200 milhões de brasileiros falta uma droga lisérgica que faça com que os 876 dias passem logo e levem consigo Jair Messias Bolsonaro para sempre. Para o torcedor de futebol, além da qualidade no espetáculo, falta poder voltar aos estádios. Para as crianças falta segurança que pandemia esteja controlada para voltar à escola. A nunca tão desejada escola. E para mim? Para mim falta um pouco de tudo isso e da sensação de que o pior já passou. Mas, na verdade verdadeira, aquela íntima e só minha, o que me falta mesmo é o boteco. Não estou falando daquela muvuca da zona sul carioca, nem das baladas paulistanas da Vila Madalena ou do Villa Country. Falo daquele bom boteco copo sujo. Aquele da cerveja, do bolovo e torresmo. Da cachaça caprichada e do bom papo com quem estiver ao seu lado. Aquele com 2 metros e meio de frente 4 de fundos, um balcão encardido e um atendente mal- humorado. Falo dos botecos que tristemente vejo diariamente com 4, 5 ou mais almas diante de meia- porta ou aquela providencial e sanitária janelinha aberta recebendo disfarçadas doses, lembrando os desvalidos a espera de Irmã Dulce com um pedaço de pão. Falo do boteco-shangri-lá, do utópico lar onde, sem as esposas e os problemas domésticos, almas em celestial harmonia passam algumas horas alheios aos assuntos que não cabem naquele sacrossanto espaço. Meu cotovelo não poderá perder o calo que os anos de balcão lhe causaram tão orgulhosamente. Não haverá, passado o risco, aquele que estará à altura para criticar meu primeiro porre pós-pandemia. Como disse Zeca Pagodinho “vou sair e abraçar todos meus amigos, depois vou abraçar quem eu não conheço e depois, a polícia” Começa o episódio #28 do podcast “Por uma vida menos ordinária”, sou Vanderlei Vieira, o sedendo descrito acima e comigo estão os igualmente desidratados Cristiano Pierobon e Juliano Chagas.   Série: I may destroy you:https://bit.ly/30PhAgG  Podcast: E a verdade os libertará:https://spoti.fi/2POdpvi  Podcast: Lado B do Rio: https://bit.ly/2CraxSg  Samba Do Trabalhador (Ao Vivo No Bar Pirajá): https://bit.ly/3fSIrwE  Livro: Esopo: Fábulas Completas:https://amzn.to/30R77le  Filme: Rede de ódio: https://bit.ly/31PdVPz  Livro: O escafandro e a borboleta: https://amzn.to/2DNc31t  Filme: O escafandro e a borboleta: https://bit.ly/2Fjt9Vi

Further episodes of POR UMA VIDA MENOS ORDINÁRIA

Further podcasts by POR UMA VIDA MENOS ORDINÁRIA

Website of POR UMA VIDA MENOS ORDINÁRIA